quarta-feira, 9 de novembro de 2011

EX-PRESIDENTES DA REPÚBLICA (1986-2002)


Em uma série de quatro entrevistas, a Globo News conversou com os ex-presidentes Sarney, Collor, Itamar e Fernando Henrique. Basicamente formulando as mesmas perguntas, o jornalista conduz as quatro entrevistas sem questionamentos ou levantamento de polêmicas. Mesmo assim, é possível em poucos minutos perceber certas características básicas e comuns entre a maioria deles, como, por exemplo, uma certa tendência a não assumir que determinadas decisões tenham partido deles, mas que eles teriam sido levados pela força das circunstâncias. Tal situação fica muito clara quando Sarney, Collor e Itamar tentam explicar por que teriam voltado para a política após seus mandatos como presidente, assim como também transparece na

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

FERNANDO COLLOR DE MELO - SUA VERSÃO DOS FATOS (EM VÍDEO)

Tanto a surpreendente eleição, quanto o governo meteórico de Fernando Collor, incluindo sua saída da presidência através de um processo de impeachment, fizeram dele uma figura importante e imprescindível de ser estudada referente ao período da Nova República.

Seu temperamento explosivo, capaz de inflamar e conquistar as multidões ansiosas por um governo de pulso firme que solucionasse a crise em que o país vivia, tiveram seu contraponto mais expressivo no silêncio e na altivez demonstradas por ele quando da sua saída do Palácio do Planalto em 1992.

Collor passou de potencial salvador da pátria à persona non grata, num jogo de interesses que envolveu vários setores da sociedade civil e que confirmou a habilidade política dos que estavam no poder, que viram na mobilização social uma forma de fortalecer a imagem dos políticos e das instituições brasileiras e, ao mesmo tempo, de iniciarem uma nova dança das cadeiras pelas disputas internas por cargos no governo.

20 anos depois de sua eleição, Fernando Collor dá a sua versão dos fatos em uma entrevista à Globo News.


terça-feira, 4 de outubro de 2011

CALVINO: A INFLUÊNCIA DO PENSAMENTO POLÍTICO EM GENEBRA - PARTE 4 - FINAL



A partir de Calvino, outros chamados calvinistas vão surgir cada vez mais fortalecendo essa doutrina, nomes como Ponet e Goodman darão respostas e definindo a postura mediante a tirania das autoridades. John Knox, outro teólogo reformado e bem radical, acrescenta alguns argumentos na teoria de resistência, como por exemplo, a questão do estrangeiro jamais ser escolhido pelos irmãos para ser uma autoridade. Nota-se a preocupação em manter a resistência colocada como sendo as leis de Deus e a verdadeira fé sendo a dos calvinistas, fator determinante na identidade e que como conseqüência forma no coletivo das pessoas o direito de resistir fundamental.
Permito-me registrar aqui os conflitos que isso gerou nas regiões em que a resistência calvinista era levantada. Somando a corrente luterana, a resistência da reforma causará um conflito religioso dividindo e definindo cada vez mais essas duas correntes cristãs: católicos e protestantes. Skinner nos lembra da revolução huguenote[1] na França. Outro exemplo mais radical seria os puritanos ou calvinistas da Holanda e Inglaterra que partirão para o combate em defesa da verdadeira fé na ótica deles.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

UMA INTRODUÇÃO À MODERNIDADE


  1. Introdução
A modernidade, segundo Berman (2005, p. 15), reflete um ambiente “que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e transformação das coisas em redor – mas ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos”. Dentro dessa visão, a modernidade aparece como algo avassalador, que chega como um turbilhão modificando tudo a nossa volta, dando outro ritmo às coisas, criando e ao mesmo tempo destruindo tudo a nossa volta, numa constante mudança, numa mutação permanente.
Canclini, por sua vez, ao analisar a modernidade na América Latina, em seu livro Culturas híbridas, não a vê sob a ótica de um furacão arrasador que cria e destrói, para novamente criar o novo, mas sim sob a ótica da coexistência entre o tradicional e o moderno.

domingo, 4 de setembro de 2011

A CRUZADA CONTRA OS ALBIGENSES 1209-1249 Parte 3

Causas da perseguição aos Albigenses

A sua obstinação, seu anticlericalismo intransigente, sua oposição à hierarquia católica, à qual reprovavam sua riqueza ostentatória e seu abuso de poder atraíram sobre os cátaros a ira da Igreja romana, muito mais do que a sua concepção da existência. Foram então condenados como heréticos.
A Igreja romana tentou “purificar” a cristandade ocidental executando sistematicamente cada indivíduo ou grupo que colocasse em perigo o projeto de sociedade cristã que ela construiu desde o início do século X.A Igreja católica confiou aos cistercianos, no século XII, e depois no século XIII com mais sucesso (franciscanos e dominicanos) o cuidado de combater esse perigo da heresia pela pregação. Os cátaros eram difíceis de se deixar convencer. Apesar dos esforços de gente como São Domenico.

Na figura 5 vemos o Monumento em memória dos duzentos cátaros queimados ao pé da sede de Montségur em 16 de março de 1244. (http://fr.wikipedia.org/wiki/Croisade_des_Albigeois)

A Cruzada – Uma conjunção de interesses. Um genocídio ideológico.

A descrição narrativa encontrada http://www.beziers-tourisme.fr/index.php3?id_gmenu=10618&code_menu=&langue=fr&id_art=32385 sobre a Cruzada mostra a conjunção de interesses que culminou com a eliminação dos cátaros albigenses.
Face ao fracasso em fazer desaparecer a heresia pela pregação e coerção, o Papa Inocêncio III lançou em 1208 contra os “Albigenses”, ou cátaros, a primeira Cruzada ocorrida em território do cristianismo ocidental.

A CRUZADA CONTRA OS ALBIGENSES 1209-1249 Parte 2

Figura 4 – Quadro representando trovadores em harmonia com a realeza (de http://histoire-ma.chez-alice.fr/troubadours/Troubadour/#)


Os Trovadores

Primeiramente faremos exposição da visão de que descreve com riqueza de detalhes as características dos trovadores e seu ineditismo na Idade Média.
Foi nessa França occitana, do início do século XII, que se constituiu o que chamamos de «grande canto cortês», isto é, a poesia musical cantada pelos trovadores. As primeiras canções muito toscas evocavam da vida quotidiana de uma aldeia senhorial, até a poesia sutil do «trobar clus», estilo fundamentado na metáfora. As canções eram escritas na língua occitana, a «langue d’Oc».
A palavra «Trobar» designa a arte lírica aparecida quase espontaneamente no século XII. Mas ela significa bem mais que isso : uma ética, uma arte de viver, de onde não podemos perceber a essência senão através das obras dos trovadores. A complexidade reside no número de trovadores pois cada um deles possui sua própria sensibilidade que exprime através de cada um de seus poemas.

A CRUZADA CONTRA OS ALBIGENSES 1209-1249

Parte 1


No ano 1208 uma Cruzada foi proclamada pela Igreja católica contra a heresia. O principal foco da intervenção era remover o perigo do crescimento do Catarismo no sul da França. Outros movimentos religiosos como o Valdismo foram também combatidos em menor escala nessa ocasião.
Um cruzamento de interesses políticos e religiosos culminou numa longa ação armada contra um grupo numeroso de pessoas que viviam na região do Languedoc onde ficam as cidades de Toulouse, Albi e outras, cuja justificativa foi a heresia; a prática de diferentes pontos de vista dos ensinamentos cristãos. Nesse período da história, esse era um dos crimes mais odiados pela sociedade européia predominantemente católica.O objetivo da Cruzada era erradicar definitivamente a heresia queimando em fogueira as pessoas que a praticavam. Mas não foi uma tarefa fácil.

A referência base para este trabalho é BELPERRON, Pierre. La Croisade contre les albigeois et l’union du Languedoc a la France (1209-1249). Paris, Librairie Académique Perrin, 1967.

O Languedoc até os séculos XII e XIII
A região do Languedoc era ocupada pelos Visigodos até o ano 715 quando os Sarracenos os expulsaram para o norte chegando até onde estavam os Francos que vinham invadindo da Gália para o sul. No oeste o progresso dos muçulmanos foi interrompido na batalha de Poitiers no ano 732 por Carlos Martel.